SUS/Sistema que salva vidas: Pacientes recuperados motivam profissionais de saúde na luta contra a covid-19

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Até ontem, dia 13 de maio, 17.359 pessoas infectadas pela Covid-19 conseguiram se recuperar em Marabá. O município está conseguindo manter uma taxa de mortalidade de 2%, menor do que em outras cidades brasileiras com o mesmo número de habitantes, que é de 283 mil, a exemplo de Santa Maria (RS), onde os óbitos chegaram a 544 e Gravataí (RS) com 656, no dia 28 de abril. Marabá registra 367 mortes. Na cidade de Governador Valadares (MG) onde a população é menor, 281 mil habitantes, os óbitos ultrapassam Marabá, já são mil vidas perdidas (consulte a tabela ao final do texto).

Com o suporte da Prefeitura, governos federal e estadual, como também da sociedade, os investimentos que ultrapassam os 19 milhões de reais somente na área da saúde, contribuem com os profissionais exclusivos para atuar no combate à doença no município. Pessoas que se qualificam para salvar vidas, homens e mulheres, que desde o início da pandemia, travam uma luta incansável para não perder uma sequer.

Cuidados que salvam vidas

Com 12 anos de profissão, a enfermeira Jérlia dos Santos Pires, 37 anos, atua na triagem do Hospital Municipal de Marabá (HMM). A função dela é classificar os riscos dos pacientes e encaminhá-los para o atendimento adequado.

“A gente tem de ter responsabilidade, um olhar geral e muito amor pela profissão, porque o paciente já chega debilitado, com fragilidade psicológica ou física, então, temos de ter paciência, cuidado, carinho e ver qual atendimento ele está necessitando”, esclarece a enfermeira.

O olhar sereno da enfermeira inspira força, fé e esperança, sentimentos comuns entre os profissionais de saúde, e que sobressaem ao exaustivo cotidiano trazido pela pandemia. Características de quem escolheu a missão de salvar vidas e que precisa se revestir de coragem, afinal de contas, é com eles que a população tem de contar. E eles sabem disso.

“A minha rotina está mais puxada, uma maior dedicação e responsabilidade em relação ao meu trabalho, com o hospital, e em relação ao meu voltar pra casa, devido à preocupação de levar a doença. A gente trabalha sob muita pressão psicológica. A gente mesmo se cobrando. O que me deixa feliz é o cuidado, a gratificação e o privilégio de ver a recuperação do paciente. Uma experiência difícil que eu nunca tinha vivido antes na profissão. Os familiares estão ali, preocupados. Eles querem que a gente faça tudo por eles. Colocam toda a expectativa e esperança em cima do profissional de saúde”, relata emocionada Jérlia.

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Jérlia dos Santos Pires: “O que me deixa feliz é o cuidado, a gratificação e o privilégio de ver a recuperação do paciente”

Forças revigoradas a cada paciente recuperado

Em outra área da ala covid, a enfermeira Michele Nunes, diretora de Enfermagem do HMM, atua em uma das áreas mais críticas do hospital, os leitos de UTI e UCE, onde ficam internados os pacientes mais graves. Com 15 anos de profissão, Michelle diz que se deparou com casos peculiares, que motivam os profissionais a prosseguirem no combate à covid-19. Para ela, os pacientes que mais marcam são os que saem vitoriosos de uma intubação.

“A gente faz um bolinho simbólico, às vezes, até um bolinho de papel para comemorar pela vitória, porque a vitória não é só dele, é também nossa! Do nosso cuidado, do nosso empenho. Cada hora que a gente se dedica com aquele paciente, a gente chora com ele. Tem paciente que a gente chora quando vai a óbito, porque mesmo com toda dedicação, é um fracasso para a gente”, descreve a enfermeira.

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Michele Nunes: “Cada hora que a gente se dedica com aquele paciente, a gente chora com ele”

Juliene Gomes, 42 anos, tem um serviço essencial para a recuperação dos pacientes. Ela faz parte da equipe que serve alimentação. A copeira trabalha há 3 anos no HMM e reforça a delicada situação, que tanto os profissionais do hospital, quanto os familiares estão passando.

“Eu procuro ter habilidade, preocupação com a dieta para levar direitinho. Eles já estão debilitados, se recuperando. Quando iniciou, nós tínhamos receio, mas com o tempo fomos nos adequando. Tem dias que não são muito fáceis, a gente se sensibiliza, se põe no lugar de um parente, às vezes, lembra de casos dolorosos, ver gente sofrendo. Por isso, precisamos manter o equilíbrio e ter atenção voltada para os pacientes. Nós apoiamos umas às outras [equipe] e seguimos em frente”, relata, emocionada, a copeira.

Juliene Gomes: “Nós apoiamos umas às outras  e seguimos em frente”

Lutas pela vida marcam e motivam profissionais de saúde

Luís Sérgio Matos a cada dia enfrenta novas batalhas contra a covid-19

Para os médicos, a experiência não é diferente. Um paciente em especial ficou gravado na mente do médico Luís Sérgio Matos, diretor clínico do HMM. O paciente passou por duas vezes pelo centro cirúrgico, com um quadro de trauma e ainda operado teve o diagnóstico de Covid.

“Foi complicador para ele, associou com a doença que aumentou duas vezes a capacidade dele de ir a óbito. Esse paciente foi intubado, ficou um período muito grande de tubo. Chegou um momento que eu poderia dizer: não tem mais muito o que fazer. Ele saiu do tubo e fez traqueostomia, passou do período de transmissão da doença, recebeu alta da nossa UTI- Covid. Então esse é um exemplo que eu não esqueço”, destacou o médico, sobre as lutas enfrentadas pelos profissionais de saúde na batalha pela vida dos pacientes.

 

Atualização População Óbitos
Várzea Grande (MT) 287.000 1.064 (29/04
Govenador Valadares (MG) 281.000 1.000 (28/04)
Petrópolis (RJ) 306.000    955 (28/04
Santarém (PA) 306.000    940 (26/04)
Foz do Iguaçu (PR) 258.000    773 (29/04)
Imperatriz (MA) 259.000    762 (28/04)
Barueri (SP) 276.000    753 (28/04)
Volta Redonda (RJ) 273.000    733 (28/04)
Ipatinga (MG) 265.000    683 (28/04)
Sumaré (SP) 286.000    679 (28/04)
Gravataí (RS) 283.000    656 (28/04)
Suzano (SP) 300.000    649 (28/04)
Taboão da Serra (SP) 293.000    601 (28/04)
Viamão (RS) 256.000    549 (28/04)
Santa Maria (RS) 283.000    544 (28/04)
Camaçari (BA) 304.000    490 (28/04)
Palmas (TO) 306.000    472 (28/04)
Juazeiro do Norte (CE) 276.000    459 (28/04)
Mossoró (RN) 300.000    429 (27/04)
Marabá 283.000    360 (28/04)
Embu das Artes (SP) 276.000    316 (23/04)

(ASCOM/PMM)

 

 

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