Câncer colorretal: Obesidade e tabagismo são fatores de risco

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No mês de março é realizada a campanha “Março Azul-Marinho”. que tem o objetivo de conscientização sobre o câncer colorretal. Esse tipo de câncer se desenvolve no intestino grosso e, principalmente, nas regiões do cólon e reto. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima 704 mil novos casos da doença entre 2023 e 2025.

Ao portal A Saúde, o médico oncologista clínico Gabriel Felipe Santiago, do Centro de Oncologia IHG, afirma que, além do fator genético, o estilo de vida pode interferir no desenvolvimento da doença. “A obesidade é um importante fator de risco para o câncer, ficando atrás apenas do tabagismo. Uma alimentação pobre em fibras, com excesso de carne vermelha e processada, aumenta as chances de desenvolver o câncer”, explica o médico.

Sobre a obesidade, o oncologista explica que “o excesso de gordura corporal inflama de forma crônica o organismo e aumenta os níveis de hormônios que provocam o crescimento desordenado de células cancerígenas”. Já sobre o tabagismo, o médico relata que as substâncias cancerígenas queimadas no cigarro acabam depositadas na parede do intestino e podem formar os tumores.

Sintomas e diagnóstico do câncer colorretal

 Santiago alerta que os sintomas comuns são o surgimento de sangue nas fezes, alteração do hábito intestinal, perda de peso, anemia e dores abdominais. “É importante ressaltar que, quando o câncer está no estágio inicial, ele não apresenta sintomas. Por ser uma doença silenciosa, a demora na detecção dos tumores pode diminuir as chances de cura”, ressalta o médico.

O oncologista orienta que, a partir dos 45 anos, homens e mulheres realizem uma colonoscopia e, anualmente, uma pesquisa de sangue oculto nas fezes. Caso nenhuma alteração seja apontada na pesquisa, Santiago explica que a colonoscopia deve ser realizada a cada 10 anos.

“Se tiver sangue oculto nas fezes, é recomendado realizar novamente o exame de colonoscopia para conferir se não houve nenhuma alteração”, explica o médico. “Em alguns casos, o paciente está com quadro de anemia e está perdendo esse sangue através das fezes”.

Santiago esclarece que o diagnóstico do câncer colorretal ocorre através da colonoscopia. “Quando encontramos uma lesão na parede do intestino durante o exame, retiramos um fragmento e mandamos para a biópsia”.

Dr. Gabriel Santiago faça sobre câncer colorretal
Dr. Gabriel Santiago, oncologista clínico: “A partir dos 45 anos, homens e mulheres devem realizar uma colonoscopia e, anualmente, uma pesquisa de sangue oculto nas fezes. Caso nenhuma alteração seja apontada na pesquisa, a colonoscopia deve ser realizada a cada 10 anos”

Tratamento do câncer colorretal

 Após a biópsia comprovar que a lesão é um câncer maligno, o médico conta que o primeiro passo é realizar um exame de estadiamento para descobrir se existem outros tumores pelo corpo do paciente. “O tratamento vai depender do estágio em que se encontra o câncer. Se o tumor estiver localizado, o paciente é submetido a uma cirurgia e pode precisar de quimioterapia, mas tudo depende do avanço do tumor”, relata o oncologista.

Em alguns casos quando o câncer colorretal está avançado e não tem possibilidade de cura, o médico conta que a doença pode ser tratada como crônica. “Já temos tratamentos orais para câncer de intestino. Tenho um paciente que está tratando da doença em estágio avançado com metástase há sete anos” explica Santiago.

O médico alerta que a prevenção do câncer colorretal é a melhor escolha para evitar futuras complicações. “Se o paciente for diagnosticado com o tumor no estágio avançado, pode ter um quadro de obstrução intestinal com vômitos frequentes que podem conter fezes. Em alguns casos também pode ocorrer sangramentos intensos”, relata o oncologista.

“Essa doença pode se desenvolver em qualquer pessoa. A idade, estilo de vida e histórico familiar interferem para o desenvolvimento do câncer colorretal, por isso a prevenção é a única forma de detectar os tumores na fase inicial e tratá-los o mais rápido possível”, orienta Santiago. (Texto: Marinalva Sampaio)

Instagram do Dr. Gabriel Santiago: @gabrielsantiagooncologia

 

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