Câncer de pênis: Diagnóstico precoce pode evitar amputação peniana

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O câncer de pênis é um tipo raro e pode ser provocado por várias fatores de risco, principalmente por má higiene, papilomavírus humano (HPV) transmitido por relações sexuais desprotegidas, e fimose. Segundo o Ministério da Saúde, as regiões Norte e Nordeste possuem mais casos e representam 2% dos cânceres que atingem os homens.

Rodrigo Trivilato, urologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia, ressaltou ao Portal A Saúde, que um acompanhamento médico regular pode diagnosticar precocemente um tumor de pênis e evitar procedimentos invasivos, como a amputação peniana.

Além dos fatores de riscos, o câncer de pênis também está associado à falta de informação sobre a higienização correta do membro. “É preciso expor a glande peniana, mais conhecida como a cabeça do pênis, durante a limpeza. Caso o paciente tenha excesso de pele, talvez seja necessário fazer uma cirurgia de remoção para evitar o acúmulo de sujeira”, alerta o urologista.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia, em 2022 foram registradas 459 amputações do órgão masculino, devido ao câncer de pênis.

Ainda segundo os dados, em 2020, 463 homens morreram devido ao câncer de pênis. Já em 2022, 1.933 homens tiveram a doença. Um balanço realizado de 2007 a 2022, registrou 7.790 amputações realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Sintomas

Segundo Trivilato, os principais sintomas do câncer de pênis são lesões que aparecem na região genital. Contudo, ele afirma que qualquer alteração deve ser investigada por um médico.

“O importante é não esperar. Se aparecer qualquer anomalia no pênis, no saco escrotal ou qualquer outra coisa que cause desconforto, busque por um médico”, aconselha Trivilato.

Sobre as lesões provocadas pelo câncer, o médico ressalta que elas podem surgir por toda a área genital, desde a base peniana até a região de glande e/ou prepúcio. Com o avanço do câncer, os gânglios linfáticos são afetados e também podem surgir nódulos na virilha.

Diagnóstico e tratamento do câncer de pênis

Para diagnosticar um câncer de pênis, o urologista explica que uma biópsia é feita a partir de uma pequena amostra retirada da lesão. “Quando o paciente chega ao consultório com um tumor de pênis, logo retiramos a lesão e enviamos para biópsia, mas quando é um tumor grande, aguardamos o resultado do exame para depois realizarmos o tratamento cirúrgico”.

“Receber o diagnóstico de câncer de pênis nunca é algo fácil para o paciente. Sempre que vou dar essa notícia, explico ao máximo sobre a doença e como vamos proceder durante o tratamento. Porém, quando se trata de uma amputação, temos o apoio de vários profissionais, como psicólogos, terapeutas e outros para evitar traumas psicológicos ao paciente”, detalha o urologista.

 

Rodrigo Trivilato falou sobre câncer de pênis

Rodrigo Trivilato, urologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia: “O importante é não esperar. Se aparecer qualquer anomalia no pênis, no saco escrotal ou qualquer outra coisa que cause desconforto, busque por um médico”

Nos casos de amputações parciais, Trivilato explica que existem cirurgias capazes de promover o aumento da haste do pênis. Contudo, em amputações totais são quase impossíveis de serem revertidas.

“Fazemos de tudo para evitar chegar nesse nível. Por isso, o acompanhamento médico regular e o diagnóstico precoce são tão importantes para os homens”, alerta o urologista.

Como prevenir o câncer de pênis?

Segundo o médico, a principal prevenção do câncer de pênis é a informação. Como os casos são mais frequentes nas regiões Norte e Nordeste do país, Trivilato defende que a doença está ligada a fatores socioeconômicos e quanto mais carente, mais a população sofre com doenças.

“Se a população tivesse acesso à informação ou programas de saúde, essa doença que já é considerada rara, seria mais rara ainda. A prevenção deveria começar nas escolas, ensinando as crianças como realizar a higienização correta do pênis”, afirma o médico.

 

Além da disseminação da informação, o urologista alerta também que, para evitar o câncer de pênis, os homens devem atentar para o uso de preservativo, limpeza adequada do órgão genital, caso necessário, a realização da postectomia (cirurgia para retirada do prepúcio) e a vacinação contra o HPV.

“Já temos vacinas que evitam a contaminação dos quatros tipos de HPV que podem causar câncer. No SUS ela é oferecida gratuitamente às crianças de 9 a 14 anos.  Porém é importante lembrar que são poucos os casos de HPV que têm o surgimento das verrugas. A maioria dos infectados não sabem que são portadores do vírus”, alerta Trivilato.

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, no Brasil estima-se que 10 milhões de pessoas estão infectadas pelo HPV e que 700 mil casos devam surgir a cada ano. A maioria dos infectados têm menos de 25 anos. Previna-se! (Texto: Marinalva Sampaio)

Instagram: @drrodrigotrivilato

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