SMPB: Síndrome Mão-Pé-Boca pode causar encefalite em crianças

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A Síndrome Mão-Pé-Boca (SMPB) é uma doença altamente contagiosa que afeta principalmente crianças menores de cinco anos e não tem um remédio específico para combatê-la. De acordo com o pediatra e membro da Sociedade Goiana de Pediatria, Pedro Conelian, em casos graves da doença, o paciente pode desenvolver encefalite e ficar com sequelas.

Os vírus responsáveis pela SMPB são transmitidos através do contato com secreções das vias respiratórias, feridas nas mãos ou nos pés, bem como pelo contato com fezes de indivíduos infectados. A doença também pode ser transmitida por meio de objetos contaminados.

É importante que os pais e responsáveis estejam atentos aos sintomas da SMPB, que incluem febre, feridas na boca, nas mãos e nos pés, e procurar imediatamente um médico em caso de suspeita da doença. Além disso, é fundamental adotar medidas de prevenção, como lavar as mãos frequentemente, evitar o contato com pessoas infectadas e higienizar objetos comuns regularmente.

O médico explica que, por se tratar de uma doença viral, normalmente os sintomas da SMPB desaparecem em até sete dias, porém os pais devem ficar atentos caso os sintomas persistam por mais de uma semana.

Os principais sintomas de um quadro de encefalite são irritabilidade, sono excessivo, vômito frequente e confusão mental. De acordo com o pediatra, com o surgimento desses sintomas, o paciente deve ser encaminhado ao hospital imediatamente.

“São raros os casos graves da SMPB, porém pode acontecer e é muito sofrido para as crianças. Além da encefalite, os pacientes também podem sofrer com desidratação, por causa da falta de apetite e as dores provocadas pelas bolinhas dentro da boca”, relata o pediatra.

Outro ponto abordado por Conelian, é a época do ano favorável ao aumento dos casos de SMPB. “Essa doença é causada por enterovírus e eles se manifestam mais no outono e no inverno. Essas épocas do ano são propícias para que os vírus se multipliquem. Além da influência da estação do ano, casos isolados em ambientes de grande transmissão também podem provocar surtos da SMPB”, alerta o médico.

Em Goiás, recentemente a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) registrou 56 surtos da doença em 14 municípios. Cerca de 646 casos suspeitos foram registrados e a maioria dos pacientes são crianças menores de cinco anos. De acordo com a pasta, os casos surgiram em creches e escolas goianas.

SMPB - sintomas

Sintomas de SMPB

O principal sintoma da SMPB é a presença de ‘bolinhas’ vermelhas ou esbranquiçadas nas mãos, pés, dentro e fora da boca, diferenciam a doença. “Na maioria dos casos, o paciente também pode desenvolve febre, tosse, coriza e, em alguns casos, vômitos e diarreia. Porém, o principal sintoma é o surgimento das erupções na pele”, explica Conelian.

O médico explica que as bolhas que se formam dentro da boca são semelhantes às aftas, causando dor aos pacientes. Esse sintoma pode dificultar a alimentação, especialmente em crianças. “Alimentos quentes e cítricos podem causar muita dor quando entram em contato com as bolhas. Se a alimentação não for adaptada, a criança corre o risco de desenvolver desnutrição.”

Conelian indica aos pais que durante o tratamento ofereçam às crianças comidas pastosas em temperaturas mornas ou frias, além de investir em sucos mais alcalinos. “Os pais sempre têm aquele medo de dar comida gelada ao filho e ele desenvolver dor de garganta ou gripe, mas no caso da SMPB, os alimentos gelados anestesiam as bolhas na boca e evitam complicações da doença, como a desnutrição”.

Outro sintoma da SMPB apontado pelo médico que causa espanto aos pais é o caimento das unhas das mãos. “Esse sintoma sempre causa um certo medo, principalmente nos pais, mas é apenas algo comum da doença. Esse processo da unha cair não causa dor ao paciente e logo ela começa a crescer novamente”, tranquiliza o médico.

Como tratar a SMPB?  

A Síndrome Mão-Pé-Boca (SMPB) não tem um tratamento e vacina disponível, segundo o pediatra, apenas os sintomas são tratados. “Só conseguimos medicar os sintomas, como remédio para a febre, as dores no corpo, tosse e esperar que o organismo do paciente combata o vírus”.

Conelian ressalta que a SMPB é uma doença comum e fácil de ser tratada, porém o paciente deve ser observado pelos seus cuidadores. “Se a criança está chorando muito, não quer comer e só quer ficar deitada, procure um médico. Não devemos subestimar essa doença, os pais devem ficar atentos”, alertou.

Pedro Conelian fala sobre a SMPB
Dr. Pedro Conelian, membro da Sociedade Goiana de Pediatria: “Na maioria dos casos, o paciente desenvolve febre, tosse, coriza e, em alguns casos, vômitos e diarreia. Porém, o principal sintoma é o surgimento das erupções na pele”

Com o surgimento dos primeiros sintomas, o pediatra orienta que a criança ou o adulto infectado seja retirado de suas atividades cotidianas e do convívio social. “Temos que evitar outras contaminações. A criança deve ter o mínimo de contato com outras pessoas, pois esse vírus é transmitido através de secreções”.

Prevenção

A Síndrome Mão-Pé-Boca não possui vacina e a prevenção é baseada em evitar o contágio. Embora seja mais difícil evitar o contato em crianças, os pais devem ficar atentos aos primeiros sintomas e retirar a criança do convívio social imediatamente até o final da transmissão, que geralmente dura de 5 a 7 dias, conforme ressaltado pelo pediatra.

Escolas e creches devem tomar precauções redobradas assim que um primeiro caso for detectado, como alertar os pais para que fiquem atentos, estabelecer uma rotina de lavagem de mãos para os alunos e recomendar o uso de máscaras para os professores e cuidadores, visto que adultos também podem ser infectados pela doença.  (Texto: Marinalva Sampaio / Fotos: Reprodução)

Instagram do médico: @casalpediatra

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