A catarata é uma condição ocular que afeta a transparência do cristalino, uma lente localizada atrás da íris. Essa alteração resulta na opacidade do cristalino, prejudicando a capacidade visual. De acordo com a oftalmologista e especialista em catarata, dra. Ana Maria Miranda Freitas (@draanamariamiranda), o uso excessivo e indiscriminado de colírios ou medicamentos contendo corticoides pode aumentar o risco de desenvolvimento da catarata.
“Ao surgir qualquer alteração ocular, muitas pessoas recorrem diretamente à farmácia para comprar colírios, sem prescrição médica. No entanto, o uso prolongado desses medicamentos pode causar danos ao cristalino”, alerta a dra. Miranda. “É fundamental consultar um oftalmologista ao enfrentar qualquer problema ou desconforto nos olhos.”
Além do uso inadequado de colírios, Ana Miranda também destaca outros fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento precoce da catarata. Entre eles estão doenças autoimunes e inflamatórias, especialmente na região ocular, exposição excessiva à radiação solar, traumas oculares e a catarata congênita, que ocorre quando a criança já nasce com o cristalino esbranquiçado.
A médica explica que a catarata é uma condição ocular que se desenvolve ao longo do processo de envelhecimento da lente ocular e que todas as pessoas estão propensas a desenvolvê-la em algum momento da vida. Segundo a dra. Ana Miranda, é comum que a doença se manifeste a partir dos 60 anos de idade
Sintomas da catarata
O sintoma predominante da catarata é a visão embaçada. A oftalmologista explica que os pacientes costumam descrever essa sensação como se estivessem enxergando através de uma neblina, como se seus óculos estivessem embaçados por vapor.
Na ausência de um tratamento específico, a falta de nitidez na visão tende a piorar ao longo do tempo, podendo levar temporariamente à cegueira. A médica destaca que esse embaçamento geralmente afeta principalmente a visão de longe.
Outro sintoma da catarata que merece atenção é a sensibilidade à luz. A médica ressalta que muitos pacientes relatam irritabilidade em relação às luzes, tanto solares quanto os faróis dos carros.
A oftalmologista enfatiza a importância de consultar um especialista ao trocar os óculos, pois já atendeu pacientes que acreditavam que o embaçamento era apenas resultado da necessidade de troca de lentes corretivas. No entanto, na realidade, tratava-se do desenvolvimento de uma catarata. Portanto, é essencial buscar sempre a orientação de um oftalmologista em qualquer alteração visual.
Diagnóstico de catarata
Segundo a oftalmologista, o diagnóstico da catarata é ágil e realizado diretamente no consultório. “Quando um paciente apresenta embaçamento na visão, é feito um exame de biomicroscopia durante a avaliação para determinar se o caso é de de catarata ou outra condição ocular”, como explica a especialista.
Caso seja confirmada a presença de catarata, a médica destaca que são solicitados outros exames para avaliar a saúde geral do paciente, a fim de planejar a cirurgia de substituição da lente ocular. Esses exames adicionais ajudam a garantir que a intervenção cirúrgica seja segura e bem-sucedida, levando em consideração o estado de saúde completo do indivíduo.
Dra. Ana Maria Miranda Freitas, oftalmologista, especialista em catarata, aconselha: “Ao surgir qualquer alteração ocular, é fundamental consultar um oftalmologista, e não usar colírios sem prescrição médica”
Tratamento
No momento, a cirurgia de substituição da lente ocular é o único tratamento aprovado e realizado no Brasil para a cura da catarata. “Durante esse procedimento, a lente opaca e embaçada é removida e substituída por uma lente transparente, permitindo que o paciente saia do centro cirúrgico com uma visão restaurada”, enfatiza Miranda.
Graças aos avanços tecnológicos, a cirurgia de catarata tornou-se menos invasiva. “Anteriormente, a lente opaca era removida integralmente por meio de uma incisão, mas agora é possível aspirar a lente antiga e substituí-la por uma lente dobrável, que se abre dentro do olho. Isso elimina a necessidade de pontos, pois a abertura é muito pequena”, explica a médica.
Outro grande avanço na cirurgia de catarata é a possibilidade de corrigir a visão do paciente. Segundo Ana Miranda, é possível programar a lente que será implantada para compensar os graus necessários, com base em exames prévios. Isso permite uma correção mais personalizada, levando em consideração o grau do paciente.
A médica destaca que a cirurgia apresenta um baixíssimo índice de complicações, mas requer cuidados no pós-operatório. “A anestesia utilizada durante o procedimento é feita por meio de colírio, o que elimina a necessidade de internação. No entanto, é fundamental seguir as orientações médicas, usar corretamente os colírios prescritos e seguir o repouso recomendado”, conclui a oftalmologista. (Texto e imagens: Marinalva Sampaio)
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